segunda-feira, 15 de junho de 2015

Patrimônio cultural - Os Irmãos Anicetos

  

Biografia - Os Irmãos Anicetos



A banda cabaçal dos Irmãos Aniceto surgiu no século XIX com o agricultor José Lourenço da Silva, que transmitiu seus conhecimentos musicais para filhos e netos. O grupo, sustentado por instrumentos de sopro e percussão, como pífanos, zabumba, caixa e pratos de metal, compõe inspirado no trabalho da roça e na observação do cotidiano da vida do sertão. 
Conforme Mestre Raimundo, filho de José Lourenço da Silva, o grupo vem treinando seus herdeiros para montar a banda cabaçal infantil, com meninos de 6 e 7 anos, e assim como aprenderam com o pai, não deixarão a música dos Aniceto desaparecer. Os instrumentos da banda são fabricados por eles mesmos, conforme os segredos que passam de geração para geração. 

José Lourenço da Silva, índio Cariri do Ceará, possuía a alcunha de Aniceto e conhecia o Pife havia tempos. Fundou a Banda Cabaçal Irmãos Aniceto ainda no século XIX. 
Foi ouvindo o pai tocar que os filhos aprenderam. Raimundo, Antônio José, João José, Benedito e Cícero tocam adiante hoje a banda. (Cabaçal é sinônimo de banda de Pife naquela região do país)
Os integrantes levam a tradição familiar adiante e ensinam os parentes próximos. Segundo o filho Raimundo, já tem gente da quarta geração da banda tocando. Recentemente criaram a banda-mirim, com as crianças que já demonstram incrível talento.
Raimundo fabrica os instrumentos do grupo, que já tocou no exterior apresentando a cultura do Pife. As apresentações do grupo incluem danças incríveis, com agilidade impressionante, apesar da idade avançada de alguns dos integrantes.
O jornalista Pablo Assumpção escreveu um livro chamado “Anicete – quando os índios dançam” que diz que a banda reúne “atores que desempenham uma performance única e que mescla o passo matreiro e intuitivo de cada um com modos ancestrais de dançar e imitar animais, aprendidos com as gerações indígenas da família. É essa performance que evolui em danças e trejeitos bem particulares que os diferencia de qualquer outra banda. Uma espécie de ritual secular que apresenta a força das coisas inéditas”.

“Foi meu pai quem me ensinou como os índios dança. Meu pai ensinou o Corta Tesoura, o Pula Cobra, o Trancelim…
A gente toca pra tudo, a gente toca pra igreja, a gente toca em procissão, nós temos nove noites de novena, em capela a gente toca, em renovação, toca em casamento, pra batizado, aniversário… Nós toca pra tudo, até pra quem já morreu…
Rapaz, eu tenho um comerciozinho, é fraquinho, é só comércio de farinha e goma. Tá fraco, não tem mais comércio não, tá fraquinho. Cinco horas da manhã eu tô armando a barraquinha na feira, fico até cinco horas da tarde, é o dia todim…
A música não sustenta não. A gente ama a música que a gente aprendeu, mas pra viver não dá não. A maior força da gente é a roça, a cultura. Os cachê é pouquinho, não dá pra sobreviver não. Um cachê da banda vai todim. A roça é a maior força da gente…
A roça era na terra dos outros. Nós não tem terra não. Nós pega um pedacinho de terra e planta na terra dos outros.Mas trabalhar na terra dos outros é fraco, viu? Porque a gente não tem condições de comprar um pedacinho de terra pra trabalhar, aí é o jeito trabalhar na terra dos outros”




Opinião:
''cabe saber que já faz 200 anos de tradição da banda cabaçal dos irmãos anicetos,tendo uma grande referencia histórica na região do cariri, que é passada de geração em geração e hoje esse pessoal leva a tradição que é do cariri para outros países ai a fora ganhando um valor histórico muito grande que foi fundada ainda no século XIX. ''  
 Guilherme Rodrigues dos Santos (Técnico em Gestão Cultural)


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 Renan Gomes Alcantara ( Técnico em Gestão Cultural)













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